ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 24-6-2003.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de junho de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e cinco minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o Dia do Panificador, nos termos do Requerimento n° 052/03 (Processo n° 1175/03), de autoria da Mesa Diretora, por solicitação do Vereador Ervino Besson. Compuseram a MESA: o Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, os Senhores Arildo Bennech de Oliveira e Luiz Antônio Toscani Dornelles, respectivamente Presidente e Secretário do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Ernesto da Cruz Teixeira, Diretor das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul Sociedade Anônima – CEASA; a Primeira-Tenente Maria Isabel Forti, representante do Comando do 5° Distrito Naval de Rio Grande; o Vereador Ervino Besson, 2° Secretário deste Legislativo. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Ervino Besson, em nome das Bancadas do PDT, PTB e PC do B, justificou os motivos que levaram Sua Excelência a propor a realização da presente solenidade em homenagem ao Dia do Panificador, destacando o trabalho desenvolvido por essa categoria profissional e salientando a necessidade da adoção de medidas públicas que garantam o acesso de todas as camadas da população a condições mínimas para uma alimentação saudável. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Jorge Martins, representante do Deputado Estadual Frederico Antunes e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Sebastião Melo, em nome das Bancadas do PMDB e PP, externou sua satisfação em participar da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao Dia do Panificador, tecendo considerações sobre as dificuldades enfrentadas pelos integrantes dessa categoria profissional para manterem a sua produção e destacando a dedicação e a perseverança demonstrados frente às adversidades inerentes aos seus empreendimentos. O Vereador Juarez Pinheiro, em nome da Bancada do PT, saudou o transcurso do Dia do Panificador, comentando aspectos alusivos à influência exercida pelas políticas econômicas sobre as atividades dos empreendimentos econômicos vinculados à indústria da panificação e mencionando dados referentes à contribuição desses profissionais para a geração de postos de trabalho, de desenvolvimento econômico e de recursos para o Poder Público, através do pagamento de impostos. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, cumprimentou os panificadores pela relevância do trabalho por eles desenvolvido e registrando que o Dia do Panificador foi instituído no Município de Porto Alegre através do Projeto de Lei do Legislativo n° 292/01, de autoria do Vereador Ervino Besson. Também, discorreu sobre o contexto histórico que levou à instituição do dia oito de julho como Dia do Padeiro, ressaltando ser Santa Isabel a padroeira dessa categoria. O Vereador Wilton Araújo, em nome da Bancada do PPS, homenageou os panificadores porto-alegrenses pelo transcurso do seu dia, discorrendo sobre o trabalho desenvolvido pelo Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado do Rio Grande do Sul na defesa dos interesses de seus associados, notadamente quanto à busca de melhores condições de trabalho e de aquisição de matérias-primas e insumos. O Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB, cumprimentou o Vereador Ervino Besson pela iniciativa da presente solenidade, em homenagem ao transcurso do Dia do Panificador, referindo-se ao pão como um alimento presente na dieta da grande maioria dos povos, comentando aspectos alusivos ao significado expresso pelo pão nas culturas judaico-cristãs e salientando a essencialidade desse alimento na dieta dos brasileiros. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Adeli Sell, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio e, em continuidade, concedeu a palavra ao Senhor Arildo Bennech de Oliveira, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso do Dia do Panificador. Na ocasião, o Senhor Arildo Bennech de Oliveira procedeu à entrega do Prêmio Destaque 2002 ao Senhor Erni de Conto, proprietário da Padaria Pão da Nona, situada no Bairro Menino Deus. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e dezoito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 2° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia do Panificador, o panificador, pessoa tão importante na vida de todos nós. Compõem a Mesa, o Presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Arildo Bennech de Oliveira; o Exmo. Sr. Diretor da CEASA, Sr. Ernesto da Cruz Teixeira; o Sr. Secretário do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Luiz Antônio Toscani Dornelles; a Exma. Sra. representante do 5.º Comando do Distrito Naval de Rio Grande, 1.ª Tenente Maria Isabel Forti.

O proponente desta homenagem é o Ver. Ervino Besson.

Saudamos a presença de todos os senhores, senhoras, representantes da imprensa, e convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sr. Presidente, Arildo, do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria e de Massas, em geral os Vereadores gostam de dizer das dificuldades que enfrentaram na sua juventude, na sua infância, na sua adolescência; das vicissitudes que enfrentaram. Pois eu vou dizer que, neste momento, nesta solenidade, eu me lembro que em Caxias, no Panifício Pazzetti, muito fiz massa, ajudei a fazer doces e ajudei a fazer a entrega dos mesmos.

Então, hoje, sinto-me em casa. Vocês me fizeram lembrar da minha infância, que realmente não foi das mais fáceis, mas foi muito boa, sem dúvida nenhuma, porque lá estavam meu pai e minha mãe.

Mas, na verdade, quem deve falar em primeiro lugar é o proponente desta homenagem, Ver. Ervino Besson.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Todos os dias, antes de tomar o meu café da manhã, eu agradeço a Deus por ter na mesa aquele pãozinho maravilhoso, crocante e saboroso. Peço a Deus que esse pãozinho esteja em todas as mesas, de todos os lares deste Brasil. Além disso, peço que Deus abençoe todos os panificadores por colocarem este alimento tão maravilhoso, todos os dias, nas nossas mesas: o pão, que é fonte de energia vital para todos nós. Porém ao sair de casa, deparo-me com uma realidade muito dolorosa: são pais de família pedindo-me alguma contribuição para poderem levar o pãozinho para as suas casas. Essa realidade mostra que boa parte da população adulta, em especial a população brasileira em idade escolar, ingere quantidades diárias de vitaminas e ferro muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Os riscos para a saúde, os efeitos danosos que decorrem dessa carência não são poucos, podendo, em alguns casos mais graves, levar à anemia, a alterações da inteligência, da memória e do aprendizado; podendo provocar doenças de pele, distúrbios nervosos e gastrointestinais e alterações do sistema de defesa do nosso organismo. Nesse sentido, o pão, um alimento milenar, pode-se constituir num aliado no combate à desnutrição. O pãozinho, esse humilde e fiel companheiro da mesa brasileira, suplementado com as vitaminas do complexo B e ferro, é o produto ideal para que esses nutrientes cheguem todos os dias nas mesas dos brasileiros, principalmente nas escolas.

No entanto, no Município de Porto Alegre, existe uma Lei, aprovada neste Legislativo, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, de julho de 2000, que inclui o pão vitaminado nos programas de suplementação alimentar mantidos pelo Município; porém, o Executivo Municipal não cumpre a Lei.

Senhores e senhoras, eu pergunto então: por que não implementar o pão vitaminado na merenda escolar se é um dos alimentos mais baratos, que pode chegar todos os dias novinho, é de fácil preparo, não precisa de cozimento, não precisa de mão-de-obra especializada, vai gerar renda para as próprias comunidades, vai gerar tributos para o Município, pode gerar empregos na própria comunidade? Espero que este pronunciamento, meu caro Presidente desta Casa, Ver. João Antonio Dib, sirva de reflexão para que o Executivo avalie o quanto é importante valorizar essa categoria. Se os senhores não sabem, existem 55 mil padarias no Brasil gerando 500 mil empregos e movimentando aproximadamente 2% do PIB. Por isso, senhores, rendo minhas homenagens a essa categoria empresarial e desejo votos de muita prosperidade para todos.

Quero aproveitar, meu caro Presidente, para dizer que, neste ano em que nós comemoramos o Ano do Idoso, no dia de hoje, por sua iniciativa, num ato muito digno, de humanidade, o Sindicato preparou, lá na SPAAN, um chá para aqueles velhinhos e velhinhas. Que dia maravilhoso! Que emocionante a gente participar e ajudar essas pessoas que muito contribuíram, com o vigor de sua juventude, para o engrandecimento da nossa Porto Alegre e do nosso Estado! A diretoria do Sindicato estava lá. Eu aproveito mais uma vez, em nome do Presidente, Arildo Bennech de Oliveira, para agradecer a toda a diretoria por esse ato belíssimo que o Sindicato preparou para os idosos da SPAAN. Todos nós um dia ficaremos velhos e sabe-se lá se, de repente, não estaremos lá na SPAAN. Como seria gratificante receber uma visita e receber um chá tão gostoso como o que o Sindicato preparou hoje para aqueles velhinhos.

Mais um ato digno, meu Presidente: V. Sa. entregou na mão daquela direção, que faz um belíssimo trabalho, com aquela equipe que cuida dos velhinhos, uma tonelada de farinha de trigo, doada pelo Moinho Taquariense. Essa doação vai servir muito para aqueles velhinhos e fica aqui o nosso reconhecimento à diretoria do Moinho, pois foi um ato extremamente digno, neste ano em que se comemora o Ano do Idoso. Não temos dúvida de que Deus vai retribuir a cada um por esse ato de generosidade.

Por último, gostaria de homenagear o Sr. Erni, proprietário da Panificadora Pão da Nona – até o nome é belíssimo -, no Menino Deus, que foi escolhida pelos seus colegas como a Panificadora Destaque do ano de 2002. Parabéns Erni pela capacidade de acreditar que o sucesso se constrói com muito trabalho e muita perseverança. Em nome da minha Bancada, da Bancada do PDT, quero aqui, do fundo de minha alma - e outros, com certeza, vão ocupar este microfone e vão falar por outras Bancadas, porque essa Lei foi aprovada por unanimidade dos colegas Vereadores desta Casa -: Que Deus abençoe a cada um de vocês, dando-lhes, juntamente com seus familiares, com seus clientes, muita paz e muita saúde! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Gostaria de registrar a presença do Sr. Jorge Martins, representando aqui o Deputado Estadual Frederico Antunes. Seja bem-vindo.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra pelo PMDB e PP.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Primeiramente, quero saudar o nosso Presidente, insigne Vereador João Antonio Dib, que tão bem representa a todos nós aqui do Legislativo Municipal. Quero, também, saudar, de forma muito carinhosa, o Sr. Arildo Bennech de Oliveira e também o meu amigo e companheiro de tantas jornadas, Ernesto da Cruz Teixeira; Luiz Antônio Toscani Dornelles; a 1ª Tenente Maria Isabel Forti, e as demais autoridades já nominadas pelo protocolo e pelo proponente. De forma muito especial, quero saudar meu colega de caminhada desta Casa, Ver. Ervino Besson, que, além de ser autor da Lei, anualmente faz a proposição desta justa homenagem, destas Sessões Solenes que têm ocorrido aqui no Legislativo Municipal. Quero saudar os colegas Vereadores, especialmente o Ver. Juarez Pinheiro, que vejo aqui na minha frente, e dizer que quero dividir aqui, Presidente, com a responsabilidade de falar em nome do nosso Partido, o velho MDB de guerra, e também suscitado pelo seu Partido, o que nos honra muito.

Quero dividir a nossa breve fala em dois eixos: primeiro dizer que essa profissão é uma profissão que dignifica a caminhada terrena. Ser panificador é ser lutador de uma boa causa, é acordar de madrugada, é não ter hora para terminar o trabalho, é fazer um esforço monumental para poder chegar, lá na ponta, um produto de qualidade.

É bem verdade, Sr. Ernesto, que, tristemente, num País magnífico que nem o nosso, muitos brasileiros, hoje, ainda não têm o pão na mesa. Essa é a dura realidade do nosso País! E quando se afirma numa Sessão Solene tão nobre como esta, de um alimento que tem sido a base de sustentação milenar de muitos povos - multiplicado por Jesus Cristo – e, hoje, na vida moderna, multiplicado, sim, pelos padeiros, dizer que é o momento, sim, Ver. Ervino Besson, de uma reflexão, porque, na verdade, temos um País magnífico, onde muita gente passa fome.

Quando se comemora, aqui, numa Sessão Solene, este alimento milenar, é importante que, acima de tudo, a nossa luta seja parelha para que outras Sessões possamos aqui realizar, Sr. Presidente, e que tenhamos avançado no campo da melhor distribuição de renda e de alimentação para centenas, milhares de pessoas. Por isso, nós queremos enaltecer esta extraordinária e magnífica profissão e dizer que o pão ainda não chega na mesa de todos os brasileiros e de todas as brasileiras.

Por outro lado, Sr. Presidente, se nós sabemos das dificuldades de milhões de pessoas que, infelizmente, não têm dinheiro nem para o pão, eu não posso deixar de reconhecer também, numa Sessão como esta, as dificuldades que os senhores passam. Nós sabemos e acompanhamos que os insumos para a produção do pão têm subido geometricamente e a população da ponta, que não tem condição financeira e que cada vez consome menos, Ver. Juarez Pinheiro, não tem como suportar esses aumentos geométricos dos insumos do pão. Talvez, de toda a história da panificação, Sr. Ernesto, este seja o momento mais difícil por que passa esse setor, em que o Poder Público, seja ele local, seja ele estadual ou federal, tem de ter um olhar diferenciado, porque este é um alimento que é consumido pelo rico, sim, mas, especialmente, também pelo pobre, portanto, ele tem de chegar na mesa do pobre com condições de que ele possa comprar. O Poder Público tem a obrigação de ter um olhar diferenciado para este setor e, por isso, eu queria também destacar, neste momento de homenagem, que este é um momento de grande dificuldade deste setor e que precisa ser olhado com muita atenção pelo Poder Público, no sentido geral.

Portanto, meus queridos amigos, queridas amigas de caminhada, quero dizer que, em nome da nossa Bancada, nós ficamos muito alegres de estarmos aqui para podermos fazer esta modesta saudação, mas de alma, de coração, de sentimento. E dizer, querido Ver. Ervino, que esta profissão de panificador, de padeiro, indiscutivelmente, é motivo não só de orgulho, mas de resgate de cidadania. E, portanto, todos sintam-se abraçados. Queremos dizer que, mais do que nunca, é um momento que precisamos refletir sobre um conjunto de questões que afligem o dia-a-dia da sociedade e que este setor não passa de forma isolada. Evidentemente, é preciso que encontremos um caminho, cada um fazendo a sua parte: os panificadores, a classe política, os empresários, os intelectuais. Nós precisamos mudar a realidade deste País, Ernesto, não dá para ter 50 milhões de brasileiros que vivem com menos de 80 reais por mês e, portanto, a esses o pão não chega e não vai chegar se continuar sendo assim. Não se pode ter, numa pirâmide que cada vez mais se concentra a renda deste País, onde quem ganha mais, vai ganhar mais e quem ganha menos, vai cada vez ganhando menos. É preciso mudar essa realidade. Portanto essa categoria tem capacidade para poder contribuir, tem contribuído e vai contribuir mais.

Parabéns, Presidente, parabéns, Ernesto, parabéns a todos e parabéns a todas, especialmente ao nosso proponente desta homenagem, este grande guerreiro, panificador, padeiro, Ervino, e para os gringos “Ervino Bessão”. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra pelo Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu sou tão neófito, ou seja, tão despercebido em Sessões Solenes, que o Ver. João Antonio Dib, inclusive, passou por cima do meu nome na hora de fazer a apresentação. Eu quero dizer com isso que eu não participo de Sessões Solenes. Participo de todas as Sessões Ordinárias - não quero ser mais do que ninguém, mas, junto com outros colegas, sou dos que sempre estão nas Sessões, do início ao fim -, mas não participo muito de Sessões Solenes, portanto, sou um “estranho no ninho”, mas eu quis participar desta, e não estou aqui por acaso. Eu pedi que a minha Bancada me indicasse para participar desta Sessão por dois motivos principais. O primeiro deles era para, frente a seus colegas de origem profissional - porque nós “estamos” Vereadores, nós temos as nossas profissões, cada um tem a sua profissão -, fazer uma homenagem ao Ver. Ervino Besson, que representa, neste Parlamento, com a maior dignidade e com a maior competência, outras categorias, mas, especificamente essa categoria da qual é oriundo. Eu quis fazer essa homenagem porque quero dizer aos senhores e às senhoras que há, hoje, na Cidade, uma grande discussão relativamente à questão da concentração econômica, oriunda de um modelo hegemônico em nível internacional, que faz com que as grandes empresas oprimam as de tamanho médio e as pequenas, e o Ver. Ervino Besson tem participado, ativamente, dessa discussão, tem organizado essa luta, e nós sabemos que a concentração econômica que faz com que as empresas, principalmente as internacionais, as transnacionais, concentrem o mercado, faz com que o produtor tenha de vender os seus produtos mais baratos e, ao fim, quem paga o preço é o consumidor, porque, com a quebradeira dos pequenos, médios e microempreendimentos, a concentração faz com que não haja a concorrência e, portanto, o consumidor tem de pagar mais caro pelos seus produtos. O Ver. Ervino Besson tem participado ativamente dessa luta, que é uma luta que beneficia a sua categoria também, mas que beneficia toda a cidade. Em segundo lugar, eu não poderia, já me encaminhando para o fim do segundo mandato, voltando ou não a esta Câmara, não se sabe, não participar de uma das homenagens feitas pelo Ver. Ervino Besson, sempre patrocinada por ele, que trata de uma categoria tão respeitada pela cidade e que tem, na matéria prima do trigo, matéria fundamental do seu trabalho, a geração de alimentos tão importantes para este Estado, para esta cidade, para este País. Mas eu queria, mesmo sabendo que esse setor abriga empresas médias, chamar atenção para o fato de que a maioria dos empreendimentos econômicos que fazem parte desse setor são pequenos e microempreendimentos. E eu queria dizer que olhar para os pequenos e microempreendimentos significa chamar a atenção para um segmento que é quem verdadeiramente está por trás do desenvolvimento e que carrega, praticamente nas costas, mesmo em momentos de crise, a economia deste País. Homenagearmos empreendedores como os senhores é também chamar a atenção para que, apesar de serem os principais responsáveis pela saúde econômica da Nação, são também os que mais são sobrecarregados, os que nunca são premiados com incentivos e os menos privilegiados em linhas de crédito. A importância das pequenas empresas em economias fortes do mundo inteiro tem sido significativa, pois elas são responsáveis pela geração da maior parte dos empregos e distribuição de renda, e uma participação considerável nos respectivos PIBs. Destacamos como melhores exemplos a Itália, o Japão, Taiwan e Alemanha. No Japão, as pequenas e médias empresas empregam 80% da força de trabalho; na Itália, as pequenas e médias empresas são responsáveis por 70% do PIB e 18% das exportações. Essa importância não cessa de aumentar; as grandes mudanças econômicas que se caracterizam pela combinação da aceleração do avanço tecnológico com processo de desindustrialização e expansão do setor de serviço fizeram com que as pequenas empresas assumissem um papel cada vez mais relevante para o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, sendo responsáveis por grande parte da geração de emprego e renda. As pequenas empresas desempenham um papel fundamental no crescimento e maturação de uma economia saudável. No processo de desenvolvimento, é expressiva a contribuição desse segmento ao aproveitar uma grande parcela da força de trabalho; oferece uma resposta mais rápida às necessidades de política econômica de extrema importância em épocas de retomada de crescimento, como é o caso da Nação brasileira. A preocupação com as micro e pequenas empresas no País teve seu auge com o advento da Carta de 1988, que lhe dedicou o artigo 179. Além da importância das micro e pequenas empresas e empresas médias para o crescimento econômico, é relevante destacar que essas empresas têm uma lógica diferente das grandes empresas transnacionais. Enquanto as grandes empresas fomentam a concentração de renda, destruindo postos de trabalho e estrangulando o mercado interno, as pequenas empresas operam uma lógica distributiva: desconcentram a atividade econômica, operam em cadeias longas de produtores e fornecedores; geram mais postos de trabalho, etc.

O que nós queremos dizer é que Porto Alegre, o Estado do Rio Grande do Sul, precisa manter uma economia saudável, e, para manter uma economia saudável, é preciso que consigam existir, de forma concomitante, pequenos estabelecimentos, microestabelecimentos, empresas médias e também empresas grandes.

É função do Poder Público, Ver. Sebastião Melo, fazer a regulação, quando as grandes empresas oprimem os pequenos empreendimentos, que são os responsáveis pela maior parte da geração de empregos, que são responsáveis, na verdade, pela saúde econômica de um país, é importante que o Poder Público tenha ações de interferência para que a desigualdade que existe em função dos tamanhos e do poder dessas empresas não façam com que desapareçam os pequenos e os microempreendedores. Nós já temos um grande problema em Porto Alegre, que é a concentração que faz com que tenhamos a cesta básica mais cara das capitais deste País. Portanto, eu aqui hoje compareci - além de homenagear o Vereador que é oriundo da categoria e toda a direção de tantas entidades representativas do setor -, para fazer também uma conclamação aos senhores pela importância que têm na economia desta cidade e deste Estado, o peso que têm na representação política, na representação econômica, pelos empregos que geram, para que se irmanem nessa luta difícil que fizemos e que estamos fazendo e iremos persistir, para que a concentração econômica não acabe com os pequenos e micros estabelecimentos. Longa vida à categoria, saudação a todos os seus dirigentes aqui presentes, que honram esta Casa, e, por último, ao Ver. Ervino Besson, quero dizer que é uma honra para nós convivermos com Vossa Excelência que, com a inteligência que possui e com a sua luta diária em defesa desta categoria especificamente, mas de tantas outras que aqui V. Exa. representa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Diretor da CEASA, este competente cidadão de Porto Alegre que a sabedoria do Governador Germano Rigotto colocou novamente na Presidência da CEASA. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ei-nos aqui hoje, por iniciativa do Ver. Ervino Besson, comemorando o Dia do Panificador no Município de Porto Alegre. Nada mais fizemos do que cumprir uma imposição de Lei decorrente da iniciativa desse ilustre Vereador integrante da categoria dos panificadores, que diligenciou, ainda no ano de 2002, na instituição do Dia do Panificador no Município de Porto Alegre, a ser comemorado no dia oito de julho com a conseqüente e necessária realização de uma Sessão Solene da Casa, esta realizada entre os meses de junho e agosto. Desincumbimo-nos hoje da nossa tarefa legal e o fazemos com grande prazer, com grande satisfação e, sobretudo, espontaneamente. Não é uma imposição de Lei, Ver. Wilton Araújo, que nos traz hoje aqui para saudar os panificadores no seu dia. Muito mais do que isso, é o reconhecimento da importância que tem esse segmento da economia no contexto geral da sociedade porto-alegrense e, por que não dizer, da sociedade gaúcha e brasileira, já que a indústria da panificação há muito tempo se revelou, é a maior empregadora de mão-de-obra que existe em todo o território brasileiro, com os vários e multiplicados focos de trabalho que ela gera espontaneamente.

Buscamos saber por que se faz esta homenagem, Ver. Ervino Besson, no dia 8 de julho e não em um outro dia qualquer? O 1.º Congresso Brasileiro de Panificação, há algum tempo, em 1953, havia estabelecido que o dia seria 16 de novembro; mais tarde, no 2.º Congresso Nacional, o Waldemar Metropolo, representante da delegação de Santos, sugeriu que a data fosse mudada para 8 de julho, dia de Santa Isabel, a Rainha, propondo que se adotasse a Santa como padroeira dos panificadores. Sugestão essa aclamada por unanimidade no dia 8 de julho de 1956, quando se fez a festa da Associação Paulista, na Chácara do Morumbi, com missa campal e churrasco –evidentemente que nem os paulistas resistiram, fizeram churrasco, ainda que naquela época não tivesse a definição legal de como se deveria preparar o churrasco.

Desde então, o tradicional evento é realizado anualmente, sendo o grande momento de confraternização da categoria, com amigos e parceiros de todas as horas.

Nós temos tido o privilégio de, nos últimos anos, participar deste evento comemorativo. Provavelmente porque, em determinado momento, inspirados que fomos pelo competente presidente da entidade, fomos gestores de uma lei municipal, cuja regulamentação, Ver. Ervino Besson, nós continuamos a cobrar, fruto de uma imposição aquela que fala e que realça a necessidade de nós termos o pão -, necessária e obrigatoriamente dentro da merenda escolar, como um fator positivo de nutrição para os nossos jovens, para os nossos adolescentes e para as nossas crianças.

Hoje estamos aqui, como estivemos ontem, reconhecendo a importância e o significado que tem a indústria da panificação no contexto da economia brasileira, mas sobretudo reconhecendo os valores individuais daqueles que aqui em Porto Alegre e na Região Metropolitana acreditam nessa atividade.

Ver. Wilton Araújo, eu sou bem mais velho do que V. Exa., sou da geração de seu pai, e sou do tempo ainda da carrocinha, sou do tempo daquela charrete, conduzida por tração animal, que ia distribuindo pela cidade de Porto Alegre o pão nosso de cada dia. As coisas se alteraram muito, o meu querido amigo, Ver. Juarez Pinheiro, inclusive, focou, com exame aprofundado, novos contextos da economia que hoje predominam no cotidiano. Mas uma coisa, Ver. Juarez Pinheiro, quero tranqüiliza-lo, eu sei da preocupação de V. Exa. com a manutenção da importância deste segmento social -, ele por si só resiste. Resiste, porque se impõe pela qualidade e enfrenta a regra da competência, sabendo que nem sempre o mais forte derruba o menor, se o menor for mais preparado e melhor qualificado, e é o que tem acontecido. Hoje, até nós não saudaríamos as transnacionais que estão na atividade, mas saudaríamos as transmunicipais que se encontram aqui na região metropolitana, se intercalando e fazendo da realidade do abastecimento da cidade essa situação de competição, sim, mas de confraternização naquilo que diz respeito às declarações de excelência de atividade. E agora que nós temos o Ernesto controlando mais uma vez a CEASA, nós vamos ser – nós, porque eu me considero meio panificador, meio padeiro, porque não – um elemento a mais para contribuir para que Porto Alegre, não só não seja mais a cidade de maior custo da cesta básica deste País, mas seja também a cidade onde a qualidade do abastecimento, especialmente na panificação, continue sendo o nosso apanágio, porque em verdade o que tem feito este segmento forte, sólido, enfrentando fortíssimos concorrentes é a qualidade, a persistência, a pertinácia e eficiência de seu trabalho. É por isso, Arildo, que eu não vim aqui apenas por um dever legal, eu vim aqui de coração, eu vim aqui muito satisfeito. Orgulho de ser amigo desta categoria, me orgulho de, em determinado momento, Ervino, ter sido distinguido com a homenagem que vocês, até por bondade, generosidade me emprestaram, me colocando numa posição de muita sobressalência junto à categoria, isso é um orgulho que eu coloco na minha biografia. E se a vida pública me reservou alguns reveses, algumas contrariedades, eu acrescento que algumas alegrias muito sentidas, muito bem vividas, ela me apresentou, e entre estas, eu incluo, sem dúvida, a distinção que vocês me ofereceram. À vida longa que o meu querido amigo Ver. Juarez Pinheiro propôs para a categoria, eu acrescento: vida longa com muita eficiência, com muito sucesso, com muita competência e sobretudo com esta garra que caracteriza a categoria. Esta categoria que eu me orgulho de proclamar como sendo parte do meu mandato popular e sobretudo como sendo um dos exemplos a ser oferecido a toda Nação brasileira: os competentes jamais serão “dobrados”. E vocês não o foram e nem o serão. Meus cumprimentos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Quero registrar a presença do Ver. Elias Vidal.

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra e falará em nome do PPS.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Caro e dileto amigo de há muito, Ver. Ervino Besson, proponente desta homenagem, parte integrante da categoria e certamente seu defensor de forma fiel, denodada e competente nesta Casa. Eu, quando entrei na Sessão, Sr. Presidente, ainda trazia em mente a dúvida sobre se iria me pronunciar ou não, certamente fruto do acúmulo de sessões que hoje tivemos nesta Casa. Mas, aqui chegando, o ambiente, as pessoas, a fraternidade, os pronunciamentos e a identificação de muitos que estão aqui com a participação recente em outros mandatos que tive nesta Casa, fizeram com que eu viesse à tribuna, e esta lembrança não poderia deixar de trazer no seu bojo um amigo meu, que hoje inclusive é sócio em outras atividades e pertenceu, em uma fase de sua vida, aos panificadores, pertencente ao Sindicato, ajudou na Diretoria, foi tesoureiro do Sindicato, o Erni Cardoso da Silva. Não fora já bastante e suficiente defesa e homenagem que a categoria recebe hoje, bastaria a lembrança do Erni para fazer com que eu viesse a esta tribuna para homenagear, na figura dele, transferindo toda a sua dedicação, todo o seu empenho, toda a sua fidelidade à causa. Foi por intermédio da mão dele que conheci o Sindicato, conheci as suas diversas nuanças, as suas diversas realidades e, em determinado momento, quando em uma daquelas jornadas ou cruzadas de não lembro bem quem, dizia que a categoria formava cartéis, aumentava o preço, enfim, e eu participei, várias vezes, de reuniões, onde tivemos a oportunidade de aprender muito, de saber da luta que vocês intensificam no dia-a-dia e são responsáveis, não só pelo abastecimento, pela qualidade, enfim, tudo aquilo que o nosso querido amigo, Ver. Reginaldo Pujol, já falou com maestria. Eu diria até que o Ver. Reginaldo Pujol, não tão antigo, da geração do meu pai, mas não tão antigo assim - na verdade, eu era bem pequeno, talvez de fraldas -, mas conhecia também o reparte de pão, por intermédio da carroça. Então ele não foi o único aí que conheceu a realidade do tempo do padeiro e do leiteiro que deixavam em nossa porta as mercadorias, ainda não era o tempo das grandes redes, dos macros, onde as pessoas se deslocam, vão aos grandes centros, são atraídas por grandes monumentos ao consumo, que é a nossa realidade de hoje.

Faço, do fundo da alma, do coração, esta homenagem a vocês. Porque, hoje, posso dizer que conheço, que tenho este sentimento de identidade, de poder estar e sentir como vocês se sentem. Por isto estou aqui a homenagear aqueles que conheço e que sei que trabalham com dedicação, com afinco e que, generosamente, estão aí a labutar pelo pão nosso de cada dia. Nesse sentido, e sem mais alongar este pronunciamento, quero deixar neste dia, e para o dia que virá, a homenagem do PPS, da Bancada que me honra ser Líder, e também da Ver.ª Clênia Maranhão, integrante da nossa Bancada, quero deixar o nosso forte e grande abraço, no sentido de que esta categoria lute sempre, e tenha sempre a fidelidade que eu conheço para com os seus consumidores, para com a cidade de Porto Alegre e para com o Rio Grande do Sul. Muito obrigado, sejam felizes e tenham um grande futuro, porque o futuro de vocês é o futuro da nossa Cidade. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra e falará em nome do PTB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Ervino Besson, proponente desta homenagem, senhores e senhoras ligadas a produção do pão, panificadores. Esta é uma Sessão de grande importância, por vários fatores, que anualmente a Casa faz, homenageando os panificadores, na linguagem popular, “os padeiros”, aqueles que, com suas mãos laboriosas, produzem este alimento que está na Bíblia, que está na história dos povos, que é o pão. O pão é algo sagrado, tal a sua significação, o pão acompanha a História do Homem.

E a Casa institucionalizou esta homenagem, mercê da ação, da atuação, da dedicação do Ver. Ervino Besson, do ramo, homem que conhece, por assim dizer, o pão na boca da fornalha.

Então, esta é uma Sessão importante, porque, além dos aspectos econômicos, relacionados à economia, à importância do pão na economia, pelo que ele representa, como o produto talvez mais consumido pelo ser humano, ele traz todo esse significado verdadeiramente sagrado.

Vejo que aqui chega o Secretário da SMIC, Vereador desta Casa, Adeli Sell, a quem cumprimento com satisfação.

Esta é uma homenagem cristã de profundo envolvimento socioeconômico, porque se trata de saudar, agradecer, reconhecer aqueles que, no dia-a-dia, nas suas atividades, produzem esse alimento sagrado que é o pão.

Então, a nossa presença, aqui, na tribuna, em nome do PTB, em nome do Ver. Elias Vidal, do Ver. Cassiá Carpes, é no sentido de deixar consignada a nossa saudação, o nosso respeito à atividade dos panificadores que constroem a grandeza da Cidade, constroem a grandeza do Estado e do País produzindo esse alimento que, por assim dizer, tem essa significação na História, tem essa significação de respeitabilidade, de confraternização. Vamos dividir o pão. O pão está na mesa da família, o pão envolve todo um conjunto de relações emocionais e humanas que o distingue, diferentemente de outros produtos alimentares. O pão é aquele produto que, pela sua natureza histórica, bíblica, se coloca acima dos alimentos para ser algo, como já se tem dito, sagrado.

Portanto, Ver. Ervino Besson, meus cumprimentos ao teu empenho, a tua luta na defesa dos panificadores aqui nesta Casa, chamando a atenção para a importância da atividade.

Enfim, os meus cumprimentos a essa plêiade de panificadores espalhados pela nossa Cidade, inclusive pela qualidade, é bom que se frise isso nestas oportunidades, ou seja, a qualidade do pão produzido em Porto Alegre. Pode ser devido à boa farinha, etc. e tal, mas há uma qualidade.

Isso dá, exatamente, um patamar de profissionalização dos nossos panificadores, que produzem, estão produzindo, vamos dizer assim, um alimento de primeira qualidade. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registramos a presença do ilustre Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, Ver. Adeli Sell.

O Sr. Arildo Bennech de Oliveira, Presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

O SR. ARILDO BENNECH DE OLIVEIRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Eu preparei alguns dados para nesta Sessão Solene repassar a V. Exa. e aos Vereadores, mas vejo que o meu discurso ficou vazio, tanto é a sabedoria dos Srs. Vereadores que usaram a tribuna. Então, em vez de falar, por exemplo, dos quase 600 mil empregos que as padarias geram no Brasil, que se tornam 55 mil no Rio Grande do Sul, perto de 12 mil em Porto Alegre; dos 12% do PIB, que o Ver. Ervino Besson já falou, que são, mais ou menos, 400 milhões faturados em Porto Alegre; dos pequenos e microempresários, Ver. Juarez Pinheiro, já que 59% de empregos no Brasil são das pequenas e microempresas; em vez de falar da história tão bem lembrada aqui pelo Ver. Reginaldo Pujol - talvez pouquíssimos panificadores tenham conhecimento dessa história, do porquê do dia 8 de julho e do porquê ser Santa Isabel a nossa padroeira -, em vez de falar sobre tudo isso, dentre todos esses aspectos econômicos eu só queria ressaltar um, Ver. Ervino Besson: a cada dois mil pães fabricados, nós geramos mais um emprego em qualquer lugar do Rio Grande do Sul, do Brasil ou de Porto Alegre. Quando se fala em pequena e microempresa, passa-se por isso; a cada 2 mil pães fabricados numa padaria, nós geramos um emprego. Isso será muito fácil, como foi colocado aqui pelo Ver. Ervino Besson, se nós voltarmos ao hábito de comer pão. No Brasil são consumidos 27 quilos per capita/ano contra cem quilos na Argentina ou 176 quilos na França. Temos uma capacidade ociosa nas padarias, hoje, Ver. Wilton Araújo – V. Exa. nos emocionou com a lembrança do nosso querido Erni Cardoso, que, em 1981, fazia parte do nosso Sindicato como tesoureiro,- e poderíamos, só na merenda escolar, gerar, na cidade de Porto Alegre, perto de 500 empregos, além de estar arrecadando impostos para o Município e para o Estado. Em vez de falar de economia e história, que foram tão lembradas pelos Srs. Vereadores, eu prefiro falar hoje sobre sonhos, sobre família, sobre a felicidade, sobre o carinho e sobre a fraternidade, que é o que vivemos hoje à tarde numa experiência ímpar para todos os que participaram daquela festa. Trocamos o coquetel, que oferecíamos tradicionalmente após esta Sessão Solene, por uma festa lá na SPAAN com os velhinhos. Eram cento e cinqüenta velhinhos - acho que até mais, pois tinha um ônibus do Asilo Padre Cacique também -, e tivemos uma festa maravilhosa! Todo aquele carinho que emprestamos hoje à tarde, Presidente, estamos recebendo agora, à noite, de V. Exa. e seus Vereadores. Para nós isso é muito importante. O setor de panificação hoje, no Brasil, tem uma importância tão grande que nós mesmos não sabemos. Falamos aqui em 600 mil empregos, e quero deixar aqui, Presidente, em suas mãos, um encarte do jornal O Globo, o da Razão Social, que tem um trabalho com o Instituto Souza Cruz, o Instituto ETHOS e a nossa entidade nacional - Associação Brasileira de Indústrias de Panificação -, que fala em, nada mais nada menos, do que três milhões e meio de empregos, que são gerados direta e indiretamente pelas padarias. É um trabalho consistente, científico, que vou deixar nas mãos de V. Exa. E aqui nós temos a participação das padarias nas comunidades, a responsabilidade social que cada panificador tem, e temos exemplos maravilhosos aqui, que Homero Santos, que é da Fundação Getúlio Vargas, juntamente com a Souza Cruz, tem feito com a nossa entidade nacional. Esse é um trabalho que os panificadores têm, além daquele de gerar emprego, de ter consciência, de fazer um produto de qualidade, que é o trabalho da responsabilidade social. Tanto nos mostra isso que nós temos aqui dois representantes em cargos públicos: o Ver. Ervino Besson, que é oriundo da nossa categoria, padeiro; e o nosso Diretor-Presidente da CEASA, nosso Diretor do Sindicato, Ernesto da Cruz Teixeira, também oriundo da classe da panificação, que hoje representa o nosso segmento como Presidente de uma entidade tão importante como a CEASA. Essa é a função do panificador. Essa é a história que mais dignifica o panificador. E quando nós falamos aqui em qualidade, em transformação, estamos falando de sonhos. E este é o terceiro ano em que nós viemos aqui receber o carinho dos Srs. Vereadores. Vocês não imaginam quão importante é para a nossa classe esta homenagem, a lembrança de todos que foram mencionados aqui, todos os assuntos. Como eu disse algumas coisas que eu iria falar ficaram vazias de tanto que os senhores sabem da nossa história.

Então, eu quero agradecer muito, Sr. Presidente, a V. Exa., ao amigo e companheiro de tantas batalhas Ver. Ervino Besson – faz 30 anos que estamos nessa luta juntos, trabalhando sempre por uma panificação melhor. Que seja cada vez mais competente para enfrentar esses desafios, Ver. Juarez Pinheiro. É nesse sentido que o Sindicato tem trabalhado. Nós aproveitamos este momento tão solene e tão importante para nós, de carinho, escolhendo para ser entregue, nesta Casa, o Prêmio Destaque 2000 a uma padaria que tenha se destacado durante o ano. Hoje, queremos homenagear a padaria Pão da Nona, do Sr. Erni de Conto, na Rua Paes de Andrade, esquina com José de Alencar, que é um exemplo de modernização, Ver. Juarez Pinheiro. Ali nós podemos encontrar o exemplo de um micro e pequeno empresário, que está fazendo a sua empresa crescer. Dessa maneira ele tem feito a sua empresa combater esses monopólios e oligopólios que vêm para cá e prejudicam o nosso faturamento.

Para encerrar, queria deixar uma reflexão para todos e a proposição da nossa Diretoria: “Cristo fez a multiplicação dos pães, e nós estamos procurando o milagre da multiplicação da consciência.” Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(É feita a entrega do Prêmio Destaque 2000 ao Sr. Erni de Conto, proprietário da Padaria Pão da Nona.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento, queremos agradecer a presença das autoridades que compuseram a Mesa: o Presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Sr. Arildo Bennech de Oliveira; o Sr. Secretário do Sindicato, Sr. Luiz Antônio Toscani Dornelles; a Sra. representante do 5.º Comando do Distrito Naval de Rio Grande, 1.ª Tenente Maria Isabel Forti; e o nosso Presidente da CEASA, amigo de todos nós, Ernesto da Cruz Teixeira. Também agradecemos, por suas presenças, ao Secretário da Indústria e Comércio, Ver. Adeli Sell; ao Dr. Léo Rigon; ao Jorge Martins, representando o Deputado Estadual Frederico Antunes; e a todos e a cada um dos senhores e senhoras. Eu tenho absoluta convicção de que nós todos seríamos muito felizes se pudéssemos saber que há pão na mesa de todos os brasileiros, inclusive pão para aqueles que nem mesa têm.

Neste momento, convidamos todos os presentes a ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agradecemos pela presença de todos e damos por encerrada a presente Sessão Solene.

Saúde e paz!

 

(Encerra-se a Sessão às 20h18min.)

 

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